Uma das mais animadas com a nova temporada de "Malhação", na Rede Globo, a atriz Maria Paula aposta em novos tempos também para sua carreira. O público a conheceu mais no humor, pois foram 17 anos com o "Casseta & Planeta", na emissora. Em um bate-papo com a imprensa na festa de lançamento da novela teen, ela falou sobre o passado, presente e futuro: “Foram 17 anos fazendo muito palhaçada no Casseta e Planeta. Agora quero ser uma mulher séria”, declarou ela, que depois do programa humorístico lançou um livro (Liberdade Crônica) e atuou no filme "De Pernas Pro Ar", que terá continuidade, já com cenas filmadas em Nova York (Estados Unidos). Agora, ela aposta todas as fichas em um personagem bem diferente de tudo que o público já viu: “As pessoas podem esperar tudo, menos humor. Vai ser um personagem muito tenso”, avisa ela, que fará uma arquiteta separada do marido, vivido por Eduardo Galvão, uma espécie de bom vivã.

Na novela, você interpreta a arquiteta Bárbara, que luta para cuidar do filho sem a ajuda do ex-marido. Há muitas mulheres como a Bárbara, né?

Ela não dá mole para ninguém, é uma mulher, que tem um filho lindo e um ex-marido que é um traste, não paga pensão, e ela tem de lidar com isso. É como se tivesse 2 filhos, um bem grandão e outro bem pequenininho.

Malhação vai retratar vários conflitos do atual universo dos telespectadores.

Isso eu acho legal em Malhação, de retratar conflitos cotidianos da vida da gente. São histórias que acontecem todos os dias, na casa de todo mundo.

Qual é a postura certa de uma mãe como a Bárbara diante de um ex-marido problemático?

Depende. Cada caso é um caso. Quando a mulher precisa muito de ajuda para arcar com as despesas, aí ela tem que usar os dispositivos legais, pois o cara tem de chegar junto. Mas se ela tiver condições de ajudá-lo, ótimo. Quanto mais você tentar trabalhar a relação, melhor. Eu não sou de briga. Não acho que tem de bater o pé e o cara que se vire. Não. Acho que precisa ajudar. Qualquer cara, se tiver condição, vai querer ajudar o filho. Mas hoje é muito complicado. É difícil ganhar grana e os homens, principalmente, estão em situação bem complicada. As mulheres estão mais bem-sucedidas, ou seja, em um caminho mais legal de um modo geral. Somos maioria no mercado de trabalho, nas universidades, estamos em um momento muito especial. Eles vão ter de correr atrás para chegar junto da gente.

Como está sendo para você atuar ao lado de tantos jovens?

Estou adorando. É um presente! Trabalhar com gente que está começando agora, com o frescor da profissão e com a beleza da espontaneidade, daquela atuação que ainda não tem todos aqueles vícios que criamos com o tempo, é maravilhoso. Eu tenho 20 anos de carreira, e quando o pessoal está esperando que eu faça comédia, venho com a Bárbara, que é muito séria.

Você está realizada? Não tem saudades do Casseta & Planeta?

Demais. Eu me considero uma sortuda. Eu amo os Cassetas, mas foram 17 anos. Satisfiz toda a minha vontade de fazer aquele tipo de trabalho. Obviamente a gente se encontra. Tenho saudades deles como pessoas, mas saudade de estar no programa não. Tenho vontade de fazer coisas novas. Logo que saí do programa me concentrei e fui fazer uma coisa muito nova. Eu escrevi e lancei um livro. Quando você está há 17 anos fazendo a mesma coisa, você está acostumado a fazer aquilo. Não te dá mais aquele frio na barriga, pois estava na zona de conforto. Então, eu quero é mais!

Você chegou a assistir a nova temporada do Casseta?

Assisti muito pouco, mas acho os caras muito competentes. Tenho certeza de que a qualidade continua lá e eles continuam mandando muito bem. Apenas estou em um novo momento e afim de fazer coisas novas. Foi maravilhoso lançar um livro e participar do filme De Pernas pro Ar, que foi a maior bilheteria do ano. Foi tanto sucesso que eu acabei de filmar o De Pernas pro Ar 2, em Nova York.

E como foi gravar em NY?

Big production, baby! (grande produção) A gente parava o trânsito. Eu tinha meu trailer de camarim. Eu e Ingrid Guimarães nos divertimos muito gravando por lá.

Você imaginou que chegaria a esse nível na carreira?

Não. Estou muito satisfeita com tudo. Eu me sinto uma privilegiada por poder fazer os trabalhos. Que sorte! Cada vez mais tenho oportunidade de fazer coisas diferentes. Eu tenho uma imagem muito respeitada. As pessoas na rua me tratam com carinho e respeito. É tão bom ter isso, saber que eu construí isso com muito trabalho e agora estou em uma nova empreitada. E a cada coisa que faço me dedico completamente e dou o maior valor.

As pessoas já estão acostumadas a associá-la à imagem da comédia. Você acha que vai ser difícil vê-la como uma mulher mais séria?

Acho que a gente vai acrescentando coisas à minha imagem, mas sempre serei bem-humorada, e sempre vou fazer uma piadinha aqui e uma ali, mas é possível pra abrir o leque. Eu continuo fazendo humor. Você vai ver o filme, é humor total, mas é legal me ver na tevê fazendo um papel que não é de humor; é legal me ver no livro, mostrando meu lado psicóloga, de uma mulher que pensa e está refletindo sobre o país em que vive. É legal mostrar para o público o que eu sempre fui, mas ele estava acostumado a me ver só de um jeito.

E a Maria Paula mãe, como é?

É a minha melhor faceta. Sou louca por eles. Não é porque são meus, mas meus filhos são demais. Eles são carinhosos, fofos, tranquilos. Realmente tenho uma família bem bacana e me dedico muito a eles. Sou aquela mãe bem presente. Hoje foi o primeiro dia de aula. Acordei eles cedinho, fui arrumar o lanche deles, fiz trança na Maria Luísa, que está com o maior cabelão, escovei os dentes do Felipe porque ele ainda é pequeno e não escova direito e fui à sala de cada um conversar com a professora. Depois fui para a biblioteca da escola pegar livros para levar para casa e, quando eles chegaram da aula, já li dois livrinhos com cada um.

E 24 horas são suficientes para você?

Sou elétrica. Eu durmo pouco. Coloco-os para dormir e vou escrever, daí varo a madrugada escrevendo.

E uma vilã, você gostaria de fazer?

Gostaria de fazer tudo. Eu acho que ainda tem muita coisa pela frente. A própria Bárbara vai dar trabalho porque tem um ex-marido que é duro de aturar. Também tenho uma faceta de apresentadora que me agrada muito. Gostaria de fazer um programa de reflexão, que tivesse um pouco de entrevista, mas que trouxesse assuntos atuais. Eu tenho muitos planos e vou fazendo de tudo. Dá para fazer de tudo um pouco.

E você está namorando?

Aí eu não conto, é minha vida pessoal.