Cacá Ottoni precisou voltar aos tempos de escola para interpretar a imaginativa Morgana, de Malhação. Não é um período tão longínquo para a atriz, que tem 22 anos. Mas o trabalho ainda foi facilitado pelas feições de Cacá, que aparenta ter os 15 anos da personagem. Ela garante, porém, que parecer mais nova nem sempre é bom.

"Existe uma tendência a não me levarem a sério. Mas, quando estou segura comigo mesma, lido bem com isso", afirma. 
A atriz já havia feito peças teatrais e cursava Artes Cênicas na Uni-Rio quando uma amiga a avisou sobre a seleção para a novela. Fez teste, logo foi chamada e se identificou imediatamente com a personagem.

"A sinopse já falava da relação dela com o pai, que é músico. Ela se envolve com essa vida instável da arte", conta a atriz, filha do escritor Álvaro Ottoni de Menezes.

Léo Jaime interpreta Nando, pai de Morgana na trama. 
Como as linguagens de teatro e tevê são totalmente diferentes, a transição entre os veículos foi marcante para a atriz. Na tevê, há uma dinâmica intensa, repetição de cenas e é preciso lidar com o posicionamento de câmara.

"Quando o diretor interrompia e retomava a cena do meio, eu me atrapalhava um pouco. Mas já estou mais familiarizada com o funcionamento e o ritmo da tevê", diz. 
O papel em Malhação, além de representar a estreia de Cacá na tevê, foi também um retorno à pesquisa de construção de personagem. Isso porque a atriz, em seu projeto anterior, lidava com o corpo para produzir mais imagem do que sentido, em uma peça que poderia ser definida como teatro-dança.

"Viver essa personagem resgatou uma das minhas vontades primeiras, de quando comecei a atuar, que é lidar com a possibilidade de ser outra pessoa", explica.

Perfil:

Nome: Carolina Ottoni.
Nascimento: 13 de julho de 1991, no Rio de Janeiro.
Na tevê: Bons atores.
O que não assiste na tevê: Programa de fofoca e especulação sobre a vida de pessoas famosas.
Nas horas livres: Sozinha, gosto de ler. Com os amigos, gosto de fazer um som e conversar.
No cinema: O Leitor. A Kate Winslet me impressiona sempre nos seus trabalhos.
Uma música: Menina Amanhã de Manhã, do Tom Zé. Funciona como autoajuda para mim.
Livro: O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
Prato predileto: Quiche de shitake do meu amigo Tyaro. Não existe nada igual.
O melhor do guarda-roupa: A proximidade com o da minha irmã.
Pior presente: Uma lapiseira em um amigo-oculto de chocolate.
Perfume: Gosto do cheiro de jasmin.
Mulher bonita: Minha mãe, por dentro e por fora.
Homem bonito: Meu pai, senão ele fica com ciúmes. Mas divido apartamento com três amigos lindos.
Cantor: Ney Matogrosso.
Cantora: Elis Regina.
Ator: Júlio Adrião.
Atriz: Dani Barros.
Animal de estimação: Prefiro animais na natureza.
Escritor: Lourenço Mutarelli. 
Arma de sedução: Espontaneidade.
Melhor viagem:  Bahia.
Sinônimo de elegância: Simplicidade.   
Gula: Dá dor de barriga.
Inveja: Tenho pena.
Ira: Precisa de colo.
Cobiça: Precisa de calma.
Preguiça: É sono.
Vaidade: Tenho preguiça.
Luxúria: Dá medo.
Mania: Atualmente, dormir no ônibus.
Filosofia de vida: A vida voa baixinho, você vai ver: já é, citando a música Tão Chique, de Adriana Calcanhotto.