'Me sinto uma fênix', diz Danielle Winits, realizada na profissão e no amor
Com ela não tem talvez. É sim ou não. Preto no branco. E é cheia dessa certeza que Danielle Winits é categórica ao afirmar que está na melhor fase de sua vida, plena tanto no amor, quanto na profissão. Em entrevista ao EGO, a atriz falou sobre sua volta às novelas, em "Malhação", após cinco anos de dedicação ao filhos e ao teatro, e de seu relacionamento com o jogador de futebol Amaury Nunes, que mora, atualmente, na Tailândia.
"Depois de um período que não foi nada fácil, de episódios que
aconteceram em sequência, acho que estou vivendo um renascimento. Me
sinto como uma fênix. O amor chegou de novo, com mais maturidade. E eu
escolhi ser feliz independentemente do que passou, do que eu já vivi.
Acho que teria que ser assim para todo mundo. Mas tem gente que fica
mais preocupada com as escolhas alheias. O bonde passa, né, gente? Eu
estou vivendo, não sei quanto a vocês", desabafou Danielle, que prefere
não revelar seus planos com o namorado para não "fazer propaganda de sua
felicidade".
Apesar do momento de resguardo, a atriz, de 38 anos, deixou escapar que
ainda há espaço para um irmãozinho - ou quem sabe irmãzinha - para Noah
e Guy, filhos de Danielle com Cássio Reis e Jonatas Faro,
respectivamente. "Nunca diga nunca. Vai saber...", disse ela, com um
sorriso de canto de boca de quem mal consegue esconder as borboletas no
estômago.
"Ainda que eu não tenha uma estrutura tradicional de família,
acho que estou construindo um modelo que vai dar certo para mim e que
me faz feliz. Estou com um parceiro que está com a mesma energia que eu,
que é meu companheiro, independentemente de estar distante de mim no
momento. Jamais vou desistir de ser feliz". Confira a entrevista:
EGO: "Páginas da Vida" foi a última novela da qual você
participou. Como está sendo retomar essa rotina de gravações cinco anos
depois?
Danielle Winits: Estou muito feliz e realizada. Depois
de ter tido neném e de ter descansado um pouco, é muito bom. Até por
ser um ritmo mais puxado mesmo. Vim de um espetáculo bem intenso, no
sentido físico e mental, até com um acidente no meio do caminho. No meio
dele ainda fiz um filme. Fiquei feliz de voltar em um trabalho leve,
com pessoas novas, mas muito talentosas.
A atriz está no ar atualmente como Marcela em
"Malhação"
"Malhação"
E você está conseguindo conciliar as gravações de "Malhação" com a maternidade?
Eu acho que com foco e com uma vida regrada dá tempo para tudo. Quando
tem amor e compreensão não tem desculpa, não tem contra-argumento. A
vida da gente é assim mesmo. Eu sou aquela mãe-canguru. Levei o Noah com
três meses para o set de gravação de "Guerra e paz," que era um projeto
anterior a ele. Já estou muito acostumada. A maternidade não é um fator
que me tire do meu trabalho, pelo contrário. Eu criei o Noah desde
pequeno com a verdade, explicando como era meu trabalho.
A Marcela, de "Malhação", é viúva e mãe de um adolescente de 15 anos. Você está pronta para viver personagens mais maduros?
Quando você começa a trabalhar muito cedo - no meu caso, no final da
adolescência -, acho que existe uma certa resistência das pessoas de te
verem fazer a passagem para a idade madura. Acho que isso aconteceu
comigo e tem sido maravilhoso. Quanto mais o tempo passa, os papéis
ficam mais ricos e mais interessantes. O saldo é muito positivo. Estou
carregando esse personagem para a minha vida, porque o universo do
adolescente é muito rico, mas muito confuso também. Está sendo um
aprendizado.
Léo Jaime tem um tipo bem diferente dos pares românticos que você teve em outras novelas. Como está sendo contracenar com ele?
O Léo é muito figura, é um show à parte. Eu já o admirava na minha
adolescência, escutei muito as músicas dele. Fora isso, ele é um cara
que soube se reinventar de uma forma muito inteligente, porque ele é um
cara muito interessado. O Léo é um multimídia, parece que atuou a vida
inteira. Tivemos uma empatia imediata e estamos com uma energia
superpositiva.
Seus filhos assistem você na TV, acompanham seu trabalho?
O Noah está começando a ver "Malhação" e a entender um pouco. No
teatro, ele já é filho de coxia, já me viu em "Hairspray" e em "Xanadu",
mas a TV é uma coisa nova para ele. Não vejo o menor problema deles
participarem disso porque eu lido com a verdade com eles desde o início.
Eles entendem o trabalho da mãe. Quando posso, carrego os dois comigo.
Com isso, eles acabam tendo uma vida muito mais rica, no sentido de
conhecer lugares, de não ter aquela vidinha tão pautada, cheia de
regras. Eu gosto de trazer eles para junto de mim, mesmo tendo essa vida
um pouco cigana.
Eu sou feliz, heim. Desculpa. Posso passar?"
Danielle Winits
Mas você não sente culpa por não poder se dedicar mais aos seus filhos, em consequência da sua profissão?
Culpa é uma coisa que nasce quando o filho nasce. Você fala: "ué,
nasceram duas coisas?". Eu me lembro da primeira vez que saí de casa, um
mês depois de ter tido o Noah, e pensei: "meu Deus, eu nunca mais vou
conseguir sair de perto dele". A culpa existe sempre, independentemente
de você ter quantidade ou qualidade de tempo. Mas é uma coisa que eu
tenho trabalhado em mim e que consegui amenizar trazendo eles para o meu
universo. Quantidade de tempo não significa muita coisa nesse sentido.
Qualidade é mais importante.
O Jonatas Faro, pai do Guy, disse em uma entrevista que você
virou uma parceira de vida dele depois da separação. Como é a sua
relação com os pais dos seus filhos? Vocês são mesmo parceiros?
Eu acho que quando você tem um filho com uma pessoa, você
automaticamente cria um elo para a vida. E se esse elo puder ser
positivo em função da criança, você só agrega à sua vida e à do seu
filho. Eu penso nos meninos em primeiro lugar. E graças a Deus eles têm
uma vida feliz, independentemente da estrutura familiar. Acho que pais e
mães separados só têm a ganhar quando conseguem criar essa relação
positiva. Eu até prefiro não me aprofundar muito nesse assunto porque
cada um já tem a sua vida e eu só espero que todo mundo seja feliz.
Você sente uma certa cobrança das pessoas por ter sido casada duas vezes e por seus filhos terem pais diferentes?
Ainda que eu não tenha uma estrutura tradicional de família, acho que
estou construindo um modelo que vai dar certo para mim e que me faz
feliz. Estou com um parceiro que está com a mesma energia que eu, que é
meu companheiro, independentemente de estar distante de mim no momento.
Jamais vou desistir de ser feliz. Às vezes, parece que tenho que pedir
desculpas por isso. Eu sou feliz, heim. Desculpa. Posso passar? Parece
que as pessoas hoje em dia ficam esperando o caos. Eu sou feliz mesmo,
não nego. Encontrei uma pessoa maravilhosa, que é meu parceiro, meu
companheiro.
Namorando com Amaury Nunes, Danielle diz que jamais desistirá de ser feliz
A impressão que dá é a de que você é uma pessoa bastante intensa...
Eu sou bem intensa mesmo. Sou uma pessoa que acredita naquilo que me
faz bem, no amor, na vida, na felicidade. E eu aposto nisso sempre. Não
vejo nada de mal nisso. Acho que todos nós deveríamos fazer o mesmo, em
vez de nos fecharmos. Todo mundo passa por percalços no meio do caminho.
A gente cai e levanta. Faz parte da vida.
O Amaury é um jogador de futebol, mas optou por investir na
carreira fora do Brasil. Você acha que se ele jogasse aqui, as pessoas
veriam o relacionamento de vocês com um certo preconceito?
Realmente é bem diferente de ter uma carreira aqui mesmo. Você acaba
sendo um cidadão do mundo. O Amaury se profissionalizou durante a
faculdade, que ele fez fora do Brasil. Ele fez uma opção de conhecer o
mundo, que é bem alternativa, mas que também é rica de oportunidades.
Ele já jogou na Europa, na Ásia, nos Estados Unidos, e fala quatro
línguas. Além disso, o Amaury é formado em business e tem uma
empresa de intercâmbio esportivo. Ele leva os meninos daqui do Brasil e
de outros países da Europa pra fazer o que ele fez quando adolescente.
E você já está por dentro das regras do futebol? Já sabe o que é impedimento?
Sei tudo! (risos). O futebol não era um universo que fazia
parte da minha vida, a não ser depois que o Noah nasceu. Foi uma
novidade superbacana, e eu acabei virando torcedora mesmo. Torço por ele
no Texas, na Tailândia, onde for.
Vocês têm planos de viverem juntos? Até mesmo de aumentar a família, quem sabe...
Estamos vivendo o hoje, mas temos projetos, é claro, que preferimos
deixar entre nós, até para dar certo, para evitar olho grande (risos). Ele vem em novembro para o Brasil, quando a temporada acaba lá fora. Aí é aquela história... Nunca diga nunca. Vai saber...
Com dois filhos, um amor novinho em folha e realizada no trabalho, você poderia dizer que está no melhor momento da sua vida?
Olha, não está ruim não, viu? (risos). É por isso que não pode
fazer muita propaganda. Estou totalmente feliz. Depois de um período
que não foi nada fácil, de episódios que aconteceram em sequência, acho
que estou vivendo um renascimento. Me sinto como uma fênix. O amor
chegou de novo, com mais maturidade. E eu escolhi ser feliz
independentemente do que passou, do que eu já vivi. Acho que teria que
ser assim para todo mundo. Mas tem gente que fica mais preocupada com as
escolhas alheias. O bonde passa, né, gente? Eu estou vivendo, não sei
quanto a vocês.
Por falar em episódios da sua vida, ficou alguma cicatriz emocional do acidente de "Xanadu"?
[A atriz e Thiago Fragoso caíram em cima da plateia durante uma
apresentação do musical, em janeiro de 2012, após o rompimento do cabo
de aço que os sustentava].
Eu fui muito agraciada porque eu não tenho memória nenhuma do momento
do acidente. As pessoas contam o que aconteceu, vi meu rosto inchado,
minha boca machucada, os hematomas pelo meu corpo todo, mas não lembro
da queda. Na verdade, eu nem desmaiei. Eu entrei em um processo de
estado de choque. Dizem que tiraram minha peruca, que fui ao banheiro,
mas para mim é tudo nebuloso. Fiquei muito abalada pelo estado do
Thiago, porque ele foi meu anjo naquele momento, meu amortecedor.
"A vida é o hoje, o aqui, o agora, não o ontem", disse
a atriz
a atriz
E como foi esse susto para o Noah? Ele estava presente no momento do acidente, né?
Fiquei bem triste. O Noah passou um mês falando sobre o acidente, teve
um certo trauma. Eu caí praticamente do lado dele. Fora isso, é página
virada. Tem uma outra coisa de Justiça, mas que eu prefiro não entrar em
detalhes. Foi uma coisa muito séria, corremos risco de vida.
Com 38 anos, você está com a vida do jeito que imaginou?
Estou. Eu prezo muito pela minha felicidade e pela felicidade dos que
me cercam, de quem eu amo e dos que me amam. Se eu estou feliz,
independentemente das expectativa e dos julgamentos alheios, eu só
lamento. Acho que as pessoas têm que parar para prestar mais atenção na
sua própria vida para tentar ser feliz, e não julgar a vida do outro. A
vida é o hoje, o aqui, o agora, não o ontem. O ontem não é mais.
Você é religiosa? Como é sua relação com Deus?
Eu tenho uma relação muito particular com Deus, independentemente da
religião. É uma coisa mais interna e eu me satisfaço assim. Eu só
agradeço, não peço. Esse é o meu lema. Perdi meu pai muito cedo e, por
isso, acho que eu tinha tudo para, de repente, não acreditar em certas
coisas, em certos modelos, na família. A minha foi quebrada quando eu
era muito pequena. Mas eu quero o contrário. Eu tento fazer disso tudo
uma mola propulsora para criar uma coisa diferente. E eu acho que eu
estou num momento e, que eu estou conseguindo.
Quais são seus projetos, além de "Malhação"? Sobra tempo para mais alguma coisa?
Estou voltando a fazer cinema, que é uma grande paixão da minha vida.
Esse momento está sendo muito especial, porque estou trabalhando com um
diretor que sempre quis trabalhar, que é o Roberto Santucci. Fiz "Até
que a sorte nos separe", que vai estrear no dia 5 de outubro em todos os
cinemas, com o Leandro Hassum. Mas procuro não criar expectativas.
Sempre achei que o que tem que acontecer, vem. No final do ano, vou
gravar um outro filme, do mesmo diretor. Além disso, tenho o La Luna, um brechó e atelier virtual, que montei com mais três amigas. A blusa que estou usando, por exemplo, é de lá.
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